Biografia

Biografia do Pintor Fernando Rosário



Fernando da Silva Rosário é uma importante referência da pintura realista portuguesa.

Filho de Joaquim Rosário e de Eva Gonçalves Ferreira da Silva, é natural de Esposende, Distrito de Braga, onde nasceu em 1950, e onde sempre viveu. De família humilde, foi criado com outros 13 irmãos em ambiente parco de recursos económicos, mas rico de valores que lhe moldaram o caráter e a personalidade, na senda de vivências marcantes de que se orgulha.

Desde tenra idade que percebeu, a sós com os lápis com que desenhava as imagens religiosas penduradas nas paredes da casa onde vivia, que era capaz de crescer sozinho, nessa necessidade de construir um sonho que, cada vez mais, o fascinava. O autodidata a dar os primeiros passos, enquanto tal.

Desde o primeiro dia que, na escola onde aprendeu a ler e a escrever, passou a ser um caso especial de admiração por parte de professores e colegas. E para os adultos que conheciam os baixos rendimentos da família, causa de certa preocupação em relação ao seu futuro, enquanto artista.

O pai, atento à numerosa prole, e na intenção de dar aos filhos uma educação pelo trabalho, colocou-o, ainda criança, à responsabilidade da Tipografia Cávado, sem remuneração, onde experimentou o primeiro contacto com o mundo laboral.

Acabada a escolaridade obrigatória, vai trabalhar para Viana do Castelo, numa pensão que lhe garante o sustento e de onde parte, diariamente, para a frequência da Escola Comercial.

Aos 15 anos, inicia em Braga o Curso Noturno de Desenho, na Escola Carlos Amarante. Ao mesmo tempo, trabalha como desenhador, numa litografia.

Daí partiu, em 1972, para a longínqua colónia portuguesa de Timor, onde, em serviço militar, permaneceu até 1974. E foi aí que, dando largas ao sonho que o perseguia, pintou os primeiros quadros, fez as primeiras exposições, ganhou os primeiros prémios de um percurso artístico de grande envergadura.

De volta a Portugal, regressa a Braga, onde trabalha ainda durante quatro anos.

Mas a necessidade de se aproximar da família que entretanto constituíra, dita-lhe a imperiosa deslocação para a terra natal.

Em 1978, instala-se na freguesia de Marinhas. Abre um estúdio de Fotografia, com atelier de Pintura. E o sonho, a vontade, e o trabalho a aumentarem. A competência e os conhecimentos, a proporcionarem novas experiências.

Em Marinhas, tem a oportunidade de conhecer e conviver com Mestre Henrique Medina, que quis saber mais de perto quem era Fernando Rosário, um nome a firmar-se cada vez com maior robustez na arte da Pintura. Desse convívio, ambos beneficiariam. Se Rosário muito pôde aprender com Medina, chegaria também a executar certas encomendas do Mestre.

Novas fases na vida de quem não pára de crescer na área artística e num meio onde, cada vez mais admirado e respeitado, sabe impor-se enquanto pintor realista de primeira linha. O sucesso leva-o a exposições, distinções e mérito assinaláveis.

Em 1989, começa a aventura dos Cursos de Formação e Iniciação ao Desenho e Pintura, com o patrocínio da Câmara Municipal e da Direção Geral de Apoio e Extensão Educativa. Cursos em que muitos esposendenses se empenharam, usufruindo da arte do agora Mestre Fernando Rosário.

Matricula-se na Escola Henrique Medina, onde conclui o décimo segundo ano, com alta classificação.

Seguem-se vários Cursos de Formação Profissional, como "Formação Pedagógica Inicial de Formadores", pelo Instituto de Formação Profissional (IFP), e "Competências Pedagógicas para o Exercício da Atividade de Formador".

Em 2003, nova etapa de enorme crescimento profissional. Pode mesmo considerar-se a sua fase de ouro, o convite para retratista privado da Fundação Eng. António de Almeida, com sede no Porto, feito pelo seu então Presidente, Doutor Fernando Aguiar Branco.

Durante cerca de vinte anos, até à Pandemia que vitimou o Doutor Aguiar Branco, Fernando Rosário retratou e conviveu com alguns dos Professores e Diretores mais conceituados das Faculdades de Letras e de Direito da Universidade de Coimbra, da Universidade do Porto, assim como com grandes nomes da Academia de História de Lisboa. Retratos que hoje figuram em importantes galerias, nomeadamente na Galeria de Retratos da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. A assinatura do Mestre a fazer história, também em importantes Personalidades do foro Académico e Administrativo do Brasil.

Além disso, muito procurado pelos mais exigentes, ao longo dos anos retratou ainda altas Figuras do Clero, Administração Pública, Profissões Liberais, Personalidades públicas e privadas. Mas também homens e mulheres do mar e do campo, gente carismática, figuras regionais do Minho.

O RETRATO não é, todavia, a única vertente da imensa Obra de Rosário. De forma algo transcendente, a sua ARTE SACRA é uma viagem pelo misticismo em que se embrenha, enquanto crente do Divino. Em variadíssimas igrejas, capelas, oratórios, alminhas, retábulos ou cruzeiros, tem deixado inscrita a beleza e riqueza do mistério que, segundo palavras suas, lhe está presente no traço da mão, enquanto pinta. As suas Nossas Senhoras e os seus Cristos são de uma extraordinária beleza.

Em 1980, entrega-se à difícil e exigente arte do RESTAURO, tendo-lhe sido confiada a recuperação de centenas de obras de caráter religioso de enorme valor, em importantes Igrejas e Capelas do Minho, na antiquíssima Arquidiocese de Braga.

A diversidade da sua Obra contempla ainda, de forma

particularmente emotiva, a PINTURA DE PAISAGEM. Registos de um saudoso intimismo, em que o pintor guarda as realidades que lhe foram berço e que, em variadíssimos casos, mudaram drasticamente de fisionomia, restando hoje como testemunhos credenciados, algumas vezes únicos, de uma comunidade e de uma época.

As ILUMINURAS em que coloca a dose certa de rigor, imaginação, paciência, pormenor e poesia, são de uma beleza estética indescritível. Verdadeiros bordados com que honra diplomas de homenagem e distinção, em pergaminho e papel tratado.

Em agosto de 2021, Fernando Rosário viu a sua Obra reunida em importante livro, apresentado no Auditório Municipal de Esposende, repleto de um público da melhor cultura minhota.

"MESTRE PINTOR FERNANDO ROSÁRIO - ARTE COM ALMA E REALISMO - 50 ANOS DE PINTURA" foi a concretização de um outro sonho que o artista há muito acalentava, e lhe foi concretizado por uma Editora do Porto, com o patrocínio da Câmara Municipal de Esposende e da Fundação Engenheiro António de Almeida.

A obra esgotou em duas semanas, aguardando-se uma nova edição, ou mesmo um novo livro.

Dos prémios e distinções que recebeu ao longo dos anos, salientamos a Bênção Apostólica que, em 2009, lhe foi oferecida por Sua Santidade, o Papa Bento XVI.

Premiado ainda pela Universidade de Coimbra, Universidade do Porto, Academia Portuguesa de História em Lisboa, Sé de Braga, Núncio Apostólico, Santa Casa da Misericórdia de Barcelos, Bombeiros Voluntários de Vila das Aves, Câmara Municipal de Felgueiras.

A Câmara Municipal de Esposende atribuiu-lhe a Medalha de Mérito Cultural, a 15 de agosto de 2018.

No entanto, os seus maiores louros são cada obra que executa com a maior competência. Na segunda metade de 2022, o seu total empenho foi para duas grandiosas pinturas de Arte Sacra e para o restauro de uma tela antiga, destinadas a importante igreja da Arquidiocese de Braga Ainda para a mesma igreja. restaurou alguns retratos a óleo sobre tela e retábulos com imagens bíblicas muito antigas, assim como uma tela de altar de grandes dimensões.

E, para a Universidade de Coimbra, o retrato de José Bonifácio de Andrada e Silva, de nacionalidade brasileira, conhecido como "O PATRIARCA DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL". Este retrato será inaugurado num dos primeiros meses de 2023, na referida Universidade, com a presença de altas Figuras das diplomacias portuguesa e brasileira. Naturalmente, com a presença de Fernando Rosário.

É o respeito devido a um nome consagrado da Pintura Portuguesa.

A. S. M.